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Um dos pontos polêmicos da Lei Rouanet é o destino dos recursos captados. Uma grande confusão entre valor autorizado para captação e captação de recursos efetiva é a chave para polêmica infundadas que circulam em larga escala pelas redes sociais. Parte da solução para o problema da desinformação está na apresentação de forma clara para o público quais são as organizações beneficiadas com os recursos. Este post tem como objetivo dar destaque às 10 maiores organizações que captaram recursos da Lei Rouanet em 2024, apresentando o valor captado, o estado onde a organização está sediada e a área cultural em que atua.

A Lei Rouanet frequentemente é debatida com base em notícias equivocadas que costumam vincular o mecanismo de incentivo à cultura como uma forma de financiar grandes artistas. No entanto, os dados revelam que as grandes organizações culturais são quem recebe a parte mais relevante desses recursos.

Para contribuir com um debate mais maduro sobre o incentivo à cultura no Brasil, é fundamental dar transparência a esses dados. Vamos conhecer as 10 maiores organizações captadoras de recursos em 2024, com destaque para a presença de orquestras entre as principais beneficiadas:

  1. Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand): R$ 46,7 milhões (São Paulo) – O Masp foi a organização que mais captou recursos em 2024, representando um pouco mais de 1,5% de todo o recurso que circulou na Lei Rouanet em 2024;
  2. Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo): R$ 40,9 milhões (São Paulo);
  3. IDG (Instituto de Desenvolvimento e Gestão): R$ 36,9 milhões (Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco) – O IDG faz a gestão do Museu do Amanhã no Rio de Janeiro;
  4. Orquestra Sinfônica Brasileira: R$ 35,2 milhões (Rio de Janeiro);
  5. Instituto Inhotim: R$ 31,4 milhões (Minas Gerais) – Localizado em Brumadinho;
  6. Instituto Vale: R$ 31,3 milhões (Minas Gerais, Maranhão, Espírito Santo, Pará);
  7. Fundação Padre Anchieta – Centro Paulista de Rádio e TV Educativas: R$ 24,7milhões (São Paulo) – (TV Cultura);
  8. Casa Fiat de Cultura: R$ 22,8 milhões (Minas Gerais);
  9. Fundação Bienal de São Paulo: R$ 21,9 milhões (São Paulo);
  10. Instituto Cultural Amazônia do Amanhã: R$ 21,3 milhões (Pará);
  11. Este levantamento demonstra a importância das grandes organizações culturais no cenário do financiamento cultural no Brasil, e contribui para um debate mais informado e transparente sobre a Lei Rouanet.

*Os dados deste artigo foram retirados do Painel da Rouanet.

Sobre o Painel da Rouanet

Painel da Rouanet é uma plataforma gratuita que organiza e apresenta dados atualizados sobre a Lei Rouanet, extraídos diretamente da API pública do portal SALIC. A ferramenta facilita a consulta e compreensão dos mecanismos de incentivo à cultura, permitindo visualizar de forma acessível a origem dos recursos, os projetos apoiados e como os incentivos fiscais são distribuídos em todo o país.

A iniciativa busca ampliar o acesso à informação e qualificar o debate público sobre políticas culturais. A produção do Painel da Rouanet é viabilizada com patrocínio do Instituto Equatorial e apoio institucional do GIFE e da Comunitas.