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Nos últimos tempos, muito tem se falado de como as startups e as novas tecnologias têm revolucionado diversos mercados e setores da economia. Nesse contexto, têm surgido também iniciativas que buscam trazer melhorias para uma das áreas que mais impactam a sociedade como um todo: os Governos. Essas startups são conhecidas como GovTechs.

Desde que o Prosas foi criado, um dos nossos principais objetivos é que a plataforma contribua para a melhoria da gestão pública no Brasil. Não é um desafio fácil, diante dos entraves que ainda existem para a contratação de novas tecnologias pelo setor público.Esse artigo é para mostrar como uma parceria entre uma startup e o setor público pode trazer melhorias de forma rápida para um município na gestão de suas parcerias com o setor social.

É o que está acontecendo em Itajaí, município localizado em Santa Catarina, região Sul do país. Desde dezembro do ano passado, a prefeitura municipal utiliza a plataforma para que organizações da sociedade civil e empreendedores sociais possam apresentar propostas nos chamamentos públicos lançados pelas áreas de Cultura e Esporte locais. Mais de 900 inscrições foram realizados em seis editais lançados via Prosas desde então.O lançamento de chamamentos públicos, é importante dizer, que passou a ser uma exigência legal em todas as esferas governamentais após a publicação MROSC – Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil.

Vanderlei Lazzarotti, diretor administrativo financeiro da Fundação Cultural de Itajaí, foi o responsável por apresentar o Prosas para os seus conterrâneos. Em uma conversa descontraída, ele nos relata o quanto a utilização de uma plataforma digital tornou mais fácil e rápido a gestão do processo.

Prosas: Como você conheceu o Prosas?

Vanderlei: Na nossa região temos a Associação dos Municípios, que somam 11 cidades. Ao ingressar na Associação, eu precisei participar de uma especialização em São Paulo pelo SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), isso em meados de 2018. Na época eu expliquei que a maior demanda e dificuldade era fazer com que os editais da Associação ficassem online para inscrição.

Então uma amiga minha, que também participava da espacialização, comentou sobre o trabalho do Prosas. Me interessei e comecei a pesquisar sobre.

Dos 11 municípios, Navegantes e Bombinhas foram os primeiros a adotar a plataforma. Por ser uma cidade grande e, consequentemente, ter uma alta demanda, Itajaí veio logo em seguida. A recepção logo no primeiro edital, o de Lei de Incentivo à Cultura de Itajaí, da Fundação Cultural de Itajaí, já foi bem positiva, com mais de 100 inscrições realizadas.

Prosas: Como vocês divulgaram o Prosas para Itajaí?

Vanderlei: Antes de lançar cada edital, nós realizamos fóruns para apresentar todo o regulamento e sanar dúvidas. No primeiro publicado pelo Prosas, tinham mais de 150 pessoas presentes. Na hora eu tinha acesso a um computador, entrei no sistema e fiz o meu cadastro de empreendedor. E isso foi feito em todos os editais até hoje publicados.

Prosas: E como era todo o processo de inscrição antes do Prosas?

Vanderlei: Antes nós colocávamos o edital com seu regulamento e demais anexos no nosso site principal. Com isso, o proponente tinha que ler o edital, baixar os formulários e preencher para depois trazer tudo fisicamente. Teve um ano, por exemplo, que só para a área de literatura, dentro do edital de incentivo à cultura, foram 42 projetos, cada um com envelopes de 5 cm de grossura.

Na época, tínhamos dois pareceristas, o que resultou no período de um mês apenas para analisar esses papéis, sendo que cada parecerista morava a 100km de distância um do outro. Olha só que trabalhão!

A partir do momento que eu levei a novidade do Prosas foi uma grande euforia! Claro, todo mundo precisou sair da “zona de conforto” por estar adotando uma nova tecnologia, mas deu certo.

Prosas: E como está esse processo pós Prosas?

Vanderlei: Agora tudo ficou mais cômodo. Nosso último edital pertencente ao Programa Bolsa Esportiva da Fundação Municipal de Esportes e Lazer, recebemos 521 propostas. Tudo isso em um período de 10 dias, sem grandes complicações, mostrando o quão mais fácil é para os pareceristas e proponentes.

Para se ter uma ideia, nós cronometramos quanto tempo levava para realizar uma inscrição no Prosas – desde realizar o perfil de empreendedor até a finalização da proposta. O tempo final foi de 20 minutos, o que é muito bom para uma inscrição que vai ter um retorno enorme para os selecionados.

Prosas: Quais são as expectativas para o futuro?

Vanderlei: Nossa expectativa é que todos os editais da Cultura e do Esporte sejam hospedados no Prosas. Iremos analisar a inclusão dos editais das Secretaria de Educação e Assistência Social. Além disso, há conversas para que os outros municípios participantes da Associação também possam aderir à plataforma.

No final do bate papo, Vanderlei ainda ressaltou a importância do Suporte do Prosas que torna a experiência dos empreendedores ainda mais agradável: “Um diferencial da plataforma é tudo ser humanizado. Então nós sabemos que podemos contar com o Prosas quando alguma dúvida surgir”.